domingo, 20 de abril de 2008

Escambo socialmente responsável

Projeto incentiva coleta seletiva de lixo em BH

Conscientizar a população através da troca de material reciclável por alimento, brinquedo e utensílio escolar em Belo Horizonte. Este é o objetivo do Projeto de Lei nº. 1460/07, aprovado em 1º turno, no dia 02 de abril passado, que propõe a criação do Programa Câmbio Verde.

O vereador Fred Costa (PHS), autor do projeto, pretende obter o mesmo sucesso alcançado pela iniciativa semelhante implantada, há 15 anos, na cidade de Curitiba, no Paraná. "O projeto incentivará o belo-horizontino a reciclar o próprio lixo, aliando a consciência ecológica à preocupação social. Desta forma, a população receberá os benefícios da coleta e da reciclagem", explicou o parlamentar.

De acordo com o vereador, a iniciativa proporciona a economia de matérias-primas e de energia, a redução do volume de material encaminhado a aterros sanitários e a diminuição da poluição ambiental em geral. A proposta será implementada e gerenciada pelo Executivo. As trocas serão efetuadas em postos, previamente, cadastrados pela PBH. O projeto deve ser votado em segundo turno ainda neste mês.

A proposta tramitou pelas comissões de Legislação e Justiça da Câmara Municipal, Meio Ambiente e Política Urbana, Saúde e Saneamento e de Orçamento e Finanças da Câmara Municipal de Belo Horizonte, antes de ir a plenário.

Para acompanhar a tramitação desse projeto clique aqui e insira somente o número na ferramenta de busca.

Asfalto ecológico

As empresas responsáveis pela pavimentação asfáltica da capital mineira já são obrigadas a usar pelo menos 15% da borracha de pneus velhos na composição do produto. A decisão foi tomada, em 18 de março, durante votação na Câmara Municipal, que derrubou, em 2º turno, o veto do prefeito Fernando Pimentel à iniciativa. A proposta necessitava de 21 votos e teve a adesão de 22 parlamentares.

Com isso os pneus velhos, considerados lixos ambientais, serão empregados como matéria-prima para asfaltar e recapear ruas e avenidas da cidade. A proposta atende à recomendação do Ministério Público quanto à reutilização de pneus pelos municípios, sob pena de fiscalização da Polícia Militar de Meio Ambiente. “Com a nova lei, os danos causados ao meio ambiente serão, conseqüentemente, reduzidos”, diz o vereador Fred Costa (PHS), autor do Projeto de Lei nº 1.261/07.

Essa solução de reciclagem resolve um antigo problema ambiental brasileiro. "Cerca de 41 milhões de pneus são produzidos no Brasil por ano. Apenas 10% é reaproveitado. É uma proposta ambientalmente correta", disse Costa. Ele complementa destacando que o projeto é vai proporcionar um desenvolvimento sustentável ao município, dando uma destinação ecologicamente correta para parte dos pneus usados. "As pesquisas comprovam que, após três anos de uso, o asfalto ecológico reduz, em até 30%, os custos em relação às misturas tradicionais, gerando menos gastos e ajudando a conservar o meio ambiente.”

A técnica já é utilizada em São Paulo e Curitiba (PR). Em Belo Horizonte, o asfalto ecológico foi usado no Boulevard Arrudas para capear a pista de rolamento, além do trecho inicial da Linha Verde, obra do governo estadual, realizada em outubro de 2006.

Veja como pneus velhos são reprocessados em usinas de asfalto, dando origem ao asfalto-borracha. A matéria foi veiculada no programa Cidades e Soluções, da Globo News. *O vídeo não dispõe do código ambed para vizualização direta no blog Análise Editorial. Assista!

Voltar

Leia mais

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sociedade acrítica!


A apatia da sociedade diante das amarras impostas por aqueles que detêm o poder e formulam o discurso dominante. Este é o enredo da crítica social, retratada na letra “Até quando?”, de Gabriel Pensador.

“Até quando você vai ficar usando rédia / Rindo da própria tragédia? / Até quando você vai ficar usando rédia / Pobre, rico ou classe média? / Até quando você vai levar cascudo mudo? / Muda, muda essa postura / Até quando você vai ficando mudo? / Muda que o medo é um modo de fazer censura”, diz um trecho, incisivo da música.

Gabriel explicou, durante a Semana de Palestras de Jornalismo (Sepaj), que fez a letra por estar irritado com o governo de Fernando Henrique Cardoso “pela compra de deputados para aprovarem a reeleição dele”. À época, o cantor lia Para entender o Brasil, de Luiz Panhoca, livro que o influenciou. “Estava à flor da pele”, revelou ao contar que ficou surpreso com as reações das pessoas “que levavam essa música para a vida delas”. Ao responder um aluno que o assistia, Gabriel ponderou que, no Brasil, “fazem mais falta os valores morais – principalmente dos políticos - do que os financeiros”.

A decepção com a classe política e com o atual governo – “foi um momento de esperança” – lamentou, apesar de considerar alguns pontos positivos. “Tem índices favoráveis na economia, mas esse governo cortou nossa onda”. O cantor destilou humildade ao reconhecer que não tem fórmulas para isso. “Movimentos, protestos. A classe artística poderia se engajar mais, jogadores de futebol, ator pornô e tal. As pessoas têm as ONGs com trabalhos interessantes. Não é só reclamar, mas trabalhar na sua comunidade, na favela ao lado”.
Confira a letra na íntegra!